Ser militante, quando encarado com seriedade e gosto é um
jogo maior do que abanar bandeiras.
Militante vem associado a uma cor, a um cartão de número
inscrito e a um caminho político e cívico a percorrer.
A militância é um exercício de altos e baixos em que só os
mais astutos e persistentes conseguem atingir o objectivo a que se propõem: não
ser apenas mais um, mas ser um com voz, garra e ideologia - de forma a marcar a
sua posição e levar a sua cor política a vencer.
Sou apologista de uma militância com rigor e não de uma
militância em massa com o simples intuito de preencher as bases.
A política para ser bem executada tem de dar lugar à participação
porque sem ela não consegue subsistir. Essa participação tem de ser praticada com cabeça, tronco e
membros – mas principalmente com “cabeça” porque é dela que surgem novas
ideias, vagas e debate, o que obriga a que a política não seja estática e
amoral.
Nos dias que correm a política é encarada com descrédito,
porque as ideologias originais de cada partido aparentam estar manchadas por
anos de incoerência, de boas e más práticas, líderes e realidades.
Esta situação atribui mais destaque e pertinência à
necessidade de existência de válidas militâncias: nas quais se participa, mas
sobretudo nas quais se quer participar e de forma proactiva.
“Roma e Pavia não se fizeram num dia” e certamente também
não será num único dia que se conseguirá mudar a forma de fazer política, mas
se pensarmos com coerência: os militantes de Hoje poderão ser os líderes de
amanhã…e nada pior do que ter um líder apático e subserviente, porque
simplesmente não se trata de um dirigente. Por esta razão aguardo com uma
atitude optimista uma mudança nas jovens bases partidárias.
Mas atenção, nem todo o quadro que pinto de palavras é negro
e o que realmente nos continua ainda a mover são alguns bons militantes que se
recusam a desistir. Porém, a velha verdade de que “o futuro são os jovens”
nunca fez tanto sentido como nestes dias que correm: vivendo em crise o único
suspiro de alívio e esperança jaz sobre os jovens e sobre estes um futuro que
poderá vir a ser mais promissor.
Por essa velha razão que apresentei é pela qual que aqui me
manifesto: enquanto os dados não forem lançados, continuemos então a aguardar
por uma política e um futuro repleto de mais válidas militâncias e já agora de
futuros válidos políticos.
Joana Graça Feliciano
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