As eleições legislativas do passado dia 5 de Junho traduziram-se numa viragem de rumo do plano político e governamental português. Com um governo de maioria marcadamente de direita, surgem novos desafios aos quais o Partido Socialista terá de atender. Foi atribuído um novo papel ao PS, o de oposição, o que se revela simultaneamente como um desafio e uma oportunidade a serem explorados. Este é o momento que apela a uma reorganização estrutural e interna do Partido Socialista. Sendo o grande partido de centro-esquerda português, cabe-lhe a missão de garantir os ideais liberais e solidários típicos de um partido com uma posição ideológica socialista. Este legado torna-se ainda mais imperativo de defesa nesta nova situação governamental.
O País atravessa uma conjuntura de enorme dificuldade, e os tempos que se avizinham não parecem tecer um melhor cenário. Salvaguardas que até agora têm sido defendidas pelo partido socialista como prioritárias, (a título de exemplo todo o sistema envolto no conceito de Estado Social) podem vir a ser efectivamente colocadas em causa.
O novo posicionamento do PS remete para a necessidade de este representar uma oposição construtiva e dinâmica, não podendo resumir-se, de forma alguma, a um mero crítico e denunciador das actuações do novo governo.
O PS terá que se concentrar nos desafios que o futuro lhe reserva. Para além deste novo papel que lhe foi atribuído, um outro desafio político aproxima-se. As eleições autárquicas de 2013 - em que serão eleitos os representantes dos órgãos das autarquias locais – requerem um partido coeso e consciente das necessidades e sacrifícios que são precisos ultrapassar, para que desta forma recupere a credibilidade que lhe tem sido negada.
Neste novo contexto de governação, o mote socialista da sua última candidatura legislativa “Defender Portugal” mantém-se e ganha um novo significado. Esta defesa continuará em marcha, mas decerto com uma nova visão e posicionamento político.
Joana Graça Feliciano
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